Chegada do calor redobra o cuidado com a dengue
A chegada do calor e da época das chuvas trazem a preocupação com o aumento dos casos de dengue. Por isso, o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) alerta a população, para que redobrem a atenção e a vigilância neste período. A dengue é uma doença que pode ser evitada, mas para tanto, a comunidade precisa contribuir com as medidas recomendadas. Segundo dados do Ministério da Saúde estima-se que 50 milhões de infecções por dengue ocorram anualmente e que aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas morrem em países onde a dengue é endêmica.
A enfermeira do Núcleo de Vigilância Epidemiológica do HSVP, Daiane Trentin explica que a dengue é uma doença febril aguda, causada pelo vírus transmitido pela picada do mosquito Aedes Aegypt, que se prolifera em água parada. “A dengue é acompanhada de febre alta (39ºC), dor de cabeça, dores intensa no corpo e nas juntas, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas pelo corpo. Na forma mais agravada pode ocorrer sangramento pelo nariz, boca e gengivas. Dores abdominais e vômitos também são sintomas de dengue agravada. Perante esses sintomas é muito importante que se busque atendimento médico”, ressaltou Daiane, destacando ainda que a dengue se diferencia de resfriados por não apresentar sintomas respiratórios, como tosse ou coriza.
Caso haja suspeita de dengue, Daiane salienta que não devem ser tomados medicamentos sem prescrição médica. “A dica é não usar medicamentos a base de ácido acetilsalicílico, pois esses medicamentos podem provocar um processo de anticoagulante. Caso a pessoa esteja com o vírus da dengue, o medicamento poderá acelerar o processo de hemorragia, que é um dos sintomas mais graves da dengue. Antes de ingerir qualquer medicamento, a dica é sempre procurar um médico”, alertou.
Prevenção é a melhor forma de combater
Para combater e evitar a dengue, a enfermeira aponta que as medidas de prevenção devem ser seguidas pela população. Não deixar água parada, conforme Daiane é a principal forma de combate. “Não deixar água acumulada, virar todas as garrafas com a boca para baixo para evitar o acúmulo de água, colocar o lixo em sacos bem fechados, manter a caixa dágua bem tampada, evitar acumular objetos que não são utilizados e que possam ser reservatórios de água parada, trocar a água das plantas e lavar com escova, água e sabão os pratos das plantas, pois o ovo da larva do Aedes Aegypt pode se manter vivo mesmo sem água, limpar e manter a piscina tratada o ano inteiro, são algumas medidas simples para evitar a proliferação do mosquito transmissor da dengue”, orienta. Daiane enfatiza ainda que “é importante acabar com qualquer reservatório de água parada, independente de limpa ou suja, pois a larva do Aedes se desenvolve em ambas. A temperatura ideal para a larva se desenvolver é de 24ºC no tempo de cinco a sete dias, onde a larva passa por quatro fases até eclodir o mosquito”
Ao contrário de que muitos pensam, a enfermeira explica que repelentes, velas de óleo de citronela ou andiroba, ou inseticidas comuns não tem efeito na proteção contra a picada do mosquito da dengue. A temperatura do ar-condicionado e o vento dos ventiladores também não matam o mosquito, eles apenas espantam momentaneamente. De acordo com Daiane, ainda não há uma vacina para a doença.
Foto: Cuidados para evitar a dengue (Fonte: Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul)