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Distúrbios do sono afetam 40% da população

  • 19/03/2021

Uma boa noite de sono interfere diretamente na qualidade de vida de uma pessoa. Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 40% da população possui algum tipo de dificuldade para dormir. Anualmente, em março, a Associação Brasileira do Sono (ABS), Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS) e Associação Brasileira de Odontologia do Sono promovem a Semana do Sono, que neste ano, tem como tema “Sono bom, futuro saudável”. As atividades ocorrem de 15 a 21 de março, em formato virtual, devido a pandemia.

Para o médico Neurofisiologista, Dr. Fernando Giacomini, e a médica Otorrinolaringologista, Dra. Lílcia Helena de Britto Medeiros, do Corpo Clínico do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), de Passo Fundo, os principais distúrbios do sono são: insônia, apneia do sono, sonolência excessiva diurna, narcolepsia, sonambulismo, síndrome das pernas inquietas e bruxismo.

Os profissionais alertam que com a pandemia, os distúrbios do sono também aumentaram. Giacomini explica que o sono fisiológico apresenta um padrão de ocorrência durante a noite, assim, "os distúrbios de ansiedade e comportamentais desencadeados pela pandemia podem influenciar nesse padrão estrutural do sono fisiológico, alterando os ciclos do sono/vigília e desencadeando distúrbios do sono", avalia.

Uma boa noite de sono também está ligada a criação de hábitos saudáveis antes de dormir. Lílcia destaca alguns hábitos que são prejudiciais para a qualidade do sono, como assistir televisão, permanecer nas redes sociais, jogos ou outras páginas no computador ou celular antes de dormir. Segundo a médica, um receptor na retina desperta o cérebro e ele acaba demorando a se desligar, mesmo que o sono chegue logo. "Isso ocorre porque a luz dos aparelhos inibe a produção de melanina, o que mantém o corpo desperto por um tempo maior e propicia uma noite mal dormida", conta a profissional. O ideal é não usar esses aparelhos ao menos 45 minutos antes de dormir, esse intervalo de tempo é suficiente para relaxar e ter uma noite de sono melhor.

Outros hábitos listados pela médica são em relação à alimentação, bebidas alcoólicas e estimulantes. Uma alimentação pesada não traz uma noite agradável e relaxante. Lílcia pontua que a última refeição da noite deve ser feita no máximo uma hora antes de dormir. "Deixar para se alimentar pouco antes de ir dormir apenas se for algo leve. Ir dormir com fome também prejudica o sono", relata. Já as bebidas alcoólicas fragmentam o sono, fazendo com que o cansaço apareça logo pela manhã. Além disso, conforme a quantidade ingerida, podem aparecer outros incômodos como dor de cabeça e enjoos. Ainda, estimulantes como chá preto, chimarrão, café, refrigerantes, chocolates, cigarro devem ser evitados ao menos uma hora antes, pois além de atrasar, prejudicam a qualidade do sono.

O sono também pode ser prejudicado quando problemas e preocupações são levados para a cama, exercícios físicos intensos realizados antes de dormir, deixar para dormir um pouco mais no dia seguinte para compensar o sono do dia anterior, dormir com alguma luz acesa, seja ela direta ou indiretamente, prejudica o descanso. "As noites mal dormidas podem causar alterações metabólicas, o que resulta em predisposição para a hipertensão e doenças do coração, alterações humorais, alterações na memória, raciocínio e atenção, até mesmo para dirigir, além de baixar o rendimento imunológico", frisa a profissional.

Polissonografia como alternativa para investigar distúrbios do sono

O HSVP disponibiliza a polissonografia, exame que possibilita a investigação de distúrbios do sono. Segundo Giacomini, a polissonografia consiste em registrar várias respostas fisiológicas através da colocação de eletrodos sensores fixados no paciente. "Essas respostas são captadas por um equipamento específico na forma de gráficos. Entre as principais respostas captadas temos a atividade elétrica cerebral (eeg), atividade elétrica cardíaca (ecg), movimentos do paciente (emg), fluxo de ar respirado pelo paciente, medida da oxigenação do sangue (oxímetro), movimentos da respiração, ronco, entre outros", pontua o médico. 

A realização do exame ocorre durante uma noite de sono, em um laboratório de sono. "As acomodações do laboratório de sono devem ser confortáveis tentando simular o quarto de dormir, para que o paciente se sinta à vontade para uma noite de sono, conectado através de eletrodos ao equipamento e sob supervisão técnica", ressalta Giacomini. 

Conforme o neurofisiologista, o exame de polissonografia é utilizado para detectar distúrbios do sono, como dificuldade para dormir (insônia), sonolência excessiva durante o dia (hipersonia), dificuldades respiratórias por problemas neurológicos ou de obstrução das vias aéreas (apneia do sono), sonambulismo, terror noturno, transtornos do movimento (síndrome das pernas inquietas), entre outros.

Foto: (Arquivo Pessoal/Divulgação)