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Leucemia Mielóide Crônica tem prognóstico positivo em 70% dos casos

  • 21/09/2017

A Leucemia Mielóide Crônica é um tipo de câncer não hereditário com origem na medula óssea, ocorrendo principalmente em adultos em torno dos 50 anos. Ela se diferencia dos outros tipos de leucemia pela presença de uma alteração genética nos glóbulos brancos, denominada de cromossomo Philadelphia, ocorrendo uma translocação (fusão de uma parte de um cromossomo em outro cromossomo) em dois cromossomos, os de número 9 e 22, sendo esta uma alteração característica da doença. O dia 22 de setembro é o Dia Nacional da Leucemia Mielóide Crônica e por isso, a Hematologista do Instituto do Câncer Hospital São Vicente, Daiane Weber fala sobre as características dessa doença que se diagnostica precocemente e corretamente tratada possui 70% de chance de cura.

Os sinais e sintomas da Leucemia Mielóide Crônica são inespecíficos, podem ser secundários a quadros de anemia, ou de estase da circulação sanguínea. “Devido ao aumento dos nossos glóbulos brancos no sangue, pode ocorrer lentidão na circulação, e com isso, aparecem sintomas como cansaço, mal estar, palidez, emagrecimento e muitas vezes desconforto do lado esquerdo do abdômen, pois, em alguns casos a doença opde causar o aumento do baço, órgão que se localiza na região superior esquerda do abdômen”, explica a especialista.

Em relação ao diagnóstico, Daiane salienta que este é realizado com base em exames de sangue, sendo geralmente o hemograma o primeiro exame a ser solicitado, e evidenciando principalmente um aumento significativo dos glóbulos brancos, conhecidos como leucócitos. “O principal exame diagnóstico é o exame da medula óssea, sendo que o mielograma (retirada de sangue da medula óssea por punção) e a biópsia de medula óssea (retirada de fragmento de osso da medula óssea) são essenciais para o diagnóstico, sendo realizados por médico hematologista, especialista no tratamento das doenças da medula óssea”, explica a hematologista, completando ainda que o exame de citogenética (cariótipo) de medula óssea é essencial para o diagnóstico, confirmando a presença do cromossomo Philadelphia. “Há ainda o teste molecular de reação em cadeia da polimerase (PCR), utilizado tanto para o diagnóstico, quanto para o acompanhamento da doença, podendo este ser realizado de sangue ou da medula óssea”.

A doença, por ser crônica, deve ser tratada e atualmente os tipos de medicamentos e tratamentos tem avançado e mais de 70% dos pacientes atingem remissão, ou seja, resposta completa quando os exames não evidenciam mais a doença. “O tratamento se baseia em medicações orais que atuam diretamente na translocação característica da doença. A adesão ao tratamento, consultas e exames de monitoramento periódicos determinam a resposta ao mesmo. Quando a doença está controlada, o tratamento possibilita a estes pacientes uma vida normal, com expectativa de vida semelhante a população sem a doença. Quando a doença não está sob controle ou encontra-se em fases evolutivas, ou seja, acelerada ou blástica, diferentemente da fase crônica, há grande risco de evolução para as formas agudas da doença, com maior gravidade”, evidencia Daiane, salientando a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento de profissionais especialistas para o sucesso do tratamento. “Casos que não respondem aos tratamentos orais devem ser individualizados e analisados com cautela, sendo o transplante de medula óssea indicado em algumas situações específicas. Procurar atendimento médico é muito importante para o melhor tratamento. O diagnóstico precoce faz muita diferença nos melhores resultados”.