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O som da vitória

  • 29/05/2020

Os corredores vazios e silenciosos do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, refletem o momento de recolhimento das pessoas e distanciamento, para enfrentar a pandemia da Covid-19. Os dias têm sido de incertezas, medo, mas nunca de falta de esperança. Nesta sexta-feira, 29 de maio, soou no Hospital o badalar de dias melhores, de futuro. É que, ao contrário de muitos que podem ficar em casa, os pacientes que realizam tratamento de doenças como câncer e Hemodiálise precisam seguir sua rotina de tratamentos e lutando pela vida.  E foi a vitória do jovem Felipe José Opolski, 16 anos, de Aurea, que fez lágrimas escorrerem pelo rosto e pararem nas máscaras e sorrisos se abrirem, mesmo que escondidos, no Centro Oncológico Infantojuvenil do HSVP.  Após sete meses de tratamento contra um Linfoma de Burkitt, Felipe encerrou seu tratamento e tocou bem forte o Sino da Vida. 

O Sino da Vida, é um projeto desenvolvido pelo Núcleo de Cuidados Integrativos (NCI) em conjunto com os profissionais do Centro e a Comunicação Social, que tem o objetivo de humanizar e celebrar a conclusão de um dos ciclos do tratamento oncológico. Além disso, a ação desperta esperança e entusiasmo nos pacientes que ainda estão em tratamento, nos profissionais e quem passa pelo Hospital. “Hoje é dia de celebrar o fim desta etapa do tratamento do Felipe e do resultado dos exames sem sinais da doença. Como símbolo do fim dessa jornada, ele baterá o Sino da Vida. E esperamos que como ele, muitos pacientes possam fazer o mesmo”, enalteceu o oncologista pediátrico Dr. Marcelo Cunha Lorenzoni. A enfermeira coordenadora do Centro Oncológico, Edinéia Pastori, também agradeceu a família pela confiança e parabenizou Felipe pela conquista. “Sinta-se abraçado por todos nós. Ficamos muito felizes. Muita saúde e alegrias”. 

Conforme Rosane Ana Opolski, mãe de Felipe, tudo começou há sete meses quando ele sentiu dores em um lado do abdômen. Como o filho estudava na cidade ao lado, Sertão, ele buscou atendimento e surgiu a possibilidade de dor muscular, já que Felipe realizava trilhas de moto. Como a dor não sessou, Rosane conta que então, em um sábado, quando o filho foi para casa, foram novamente ao médico. Felipe realizou exames e os médicos constataram o Linfoma. Após, o jovem veio para Passo Fundo, onde fez mais exames e iniciou imediatamente o tratamento. “Nunca vou esquecer, na segunda-feira, 12 agosto, dois dias depois da consulta, nós já estávamos internados no Hospital iniciando o tratamento. Nesses sete meses passamos mais tempo aqui do que em casa. Fizemos as quimioterapias, depois a cirurgia para tirar a massa e hoje, recebemos os exames de que não há mais sinal do câncer no organismo”, relata a mãe, emocionada. 

Felipe, mais tímido, disse que foram dias difíceis, mas que passaram e que agora é voltar à rotina normal. “Muitas vezes foi ele quem me deu força. Eu chorava, com medo e ele me dizia, mãe, vai ficar tudo bem, temos que ser fortes”, conta Rosane, agradecendo também a equipe pelo cuidado. “Nós fizemos uma família aqui nesses sete meses. Temos muito a agradecer a todos os profissionais, queria muito poder abraçar todos eles e dizer obrigado, mas o abraço vai ter que ficar para depois”. 

Após agradecer a equipe, os médicos e a todos do Hospital, Felipe bateu bem forte o sino, ecoando nos corredores do Hospital, sua mensagem de esperança, deixando ali as angústias e sofrimento dos sete meses de tratamento. Em meio aos dias difíceis da pandemia, nada como uma dose vitória e alegria, para nos devolver a esperança.

Foto: Equipe celebrou com Felipe e Rosane o final da etapa do tratamento (Foto Assessoria de Comunicação HSVP/Caroline Silvestro)